Panamá Express

Tenko Maru cruzando MirafloresVocês se lembram que um ano e meio atrás estive no Panamá? E que fiquei devendo um vídeo da travessia de um navio nas docas de Miraflores? Pois bem, hoje cumpro a promessa, com o vídeo abaixo. Ele tem pouco menos de dois minutos, que resumem quase meia hora do processo entre o navio chegar, as comportas abrirem e ele poder seguir.

Como desculpa esfarrapada pelo atraso: fica como homenagem aos 100 anos do Canal, a serem completados em agosto deste ano.

Pois bem. Desde o tempo que fui até hoje três amigos meus estiveram por lá por poucas horas, em alguma conexão. Sugeri a eles – e fica como dica a quem tiver poucas horas por lá – um passeio possível de se fazer em um turno livre. Como esta situação, acho eu, vai começar a ficar cada vez mais recorrente, compartilho:

1: aeroporto – Casco Viejo: E se perder (e se achar) nas ruas do bairro antigo da capital panamenha. Lá se compra algum recuerdo nessa rápida passagem, além de se tirar boas fotos panorâmicas. Pensa em 45 minutos pra chegar e uma hora e meia lá.

2: Casco Viejo – Cerro Ancón: Dali, em 15 minutos se chega ao local mais alto da cidade, com uma vista digna de cartão postal, com diferentes ângulos. Não tem muito o que fazer por lá depois de se tirar as fotos, então é uma volta rápida. Calcula 15 minutos lá.

3: Cerro Ancón – Canal: Aí é que o percurso é um pouco maior, na comparação com o anterior, mas vale a pena. Como já falado por aqui, tem um museu interessante lá e, sobrando alguns minutos, é possível ver a cena deste vídeo ao vivo. A travessia de uma navio de grande porte em Miraflores leva pouco menos de meia hora. Atenção que: metade do dia é feita para um sentido e, na outra, no sentido inverso. Qualquer dúvida é bom procurar a autoridade do canal nas redes sociais. O pessoal é bem nerd (e tem/tinha wifi liberado no saguão). Se der, pensa em duas horas por ali (há uma opção de passeio guiado no museu, palestra e tudo mais também).

4: Canal – aeroporto: Diz o Google Maps aí abaixo que, dependendo do caminho, a distância entre o Canal do Panamá e o Aeroporto de Tocumen pode chegar a 42 quilômetros – o que, numa projeção, dá pra se pensar em fazer em 50 minutos. Apesar das avenidas largas de lá, o trânsito não é uma maravilha, então convém imaginar o tempo de deslocamento em mais de uma hora, para não dar zebra a quem tem horário marcado.

Enjoy the trip!

Rapidas panamenhas, parte 5

A reparar
Ao menos para mim, a Cidade do Panamá transpareceu um lugar com muitos mais contrastes do que Havana, que leva essa fama. A modernidade dos rascacielos com a vanguarda dos prédios antigos é muito escancarada. As próprias ruínas de Panamá Viejo ficam hoje próximas a uma veloz autopista – financiada pelo governo do México – e entre prédios gigantes.

Lado a lado, carros modernos dividem espaço com táxis às vezes caindo aos pedaços e motocicletas transformadas em carrocinhas de cachorro quente e outros quitutes. Tudo normal, com o contraste sendo quase algo da própria cultura da Cidade do Panamá, uma capital bastante cosmopolita.

Conectividade
Ainda que precise resolver umas questões sociais, conectividade não é problema na Cidade do Panamá. Muitos dos lugares em que passei, como inclusive o Canal, oferecem uma rede wifi com boa velocidade gratuitamente. Já em Bogotá, a cobertura é menor.

Tecnologia viajera
A produção de todo o conteúdo nesta viagem, por sinal, foi ajudada bastante pela tecnologia e a internet. Embarquei com um iPad, uma câmera de mão e meu celular galaxy ace, com quem tirei algumas das fotos e as subi em Instagram, Picasa, Twitter e Facebook.

Claro que a boa e velha dupla amiga dos jornalistas bloco & caneta sempre ajudam também.

Uma das primeiras fotos da viagem, em Bogotá

Uma das primeiras fotos da viagem, em Bogotá

La plata
Não cheguei a levar muito dinheiro, porque resolvi deixar as contas mais para o cartão de crédito, estratégia que funciona bem em Buenos Aires, mas nem tanto em Montevidéu. Em Bogotá é bom ter uma graninha a mais, porque não são todos os lugares em que se pasa la tarjeta. Na Cidade do Panamá é um pouco mais tranquilo, até porque não é difícil achar um caixa eletrônico.

Rápidas panamenhas, parte 4

Entre os altos rascacielos e as vegetações quase nativas, a Cidade do Panamá aguça alguns sentidos do turista. E também o bolso…

A mirar
Um bom e rápido passeio panamenho é uma visita ao Cerro Ancón. De lá se tira umas boas fotos de nível cartão postal, de diferentes ângulos da capital. Para se chegar ao topo, se passa por diversas casas e ate um bunker. Ali moravam os militares norte-americanos quando eles controlavam o Canal.

Outros “mirantes” bacanas ficam nos hotéis, só que aí parte da cara de pau de cada um de se passar por hóspede, entrar e apertar o botão do último andar… Com sorte, se leva pra casa umas imagens bem legais.

A comprar
Perto do Cerro Ancón, do Canal, de Casco Viejo, de Cosway e do aeroporto regional, fica o Albrook Mall, um shopping do tamanho máxi-extra-plus. É apontado como uma das atrações da cidade, mas não deixa de ser… Um shopping. Tem alguns preços baratos? Tem, só que é um shopping.

O que percebi ser meio comum é o disparo dos alarmes nas saídas das lojas. Acontece direto, mesmo que o vivente não tenha a mão leve e seja um bom pagador. O máximo que se passa é o segurança olhar, conferir a sacola da loja (se você comprou algo) e dizer para tu seguires normalmente. Fosse no Brasil, algumas das lojas teriam um prejuízo e tanto com processos de danos morais.

Outra ótima opção de compras é no próprio aeroporto, que tem mais de uma centena de free shops pra quem chega ou sai do país por ali.

A reparar
Ao menos para mim, a Cidade do Panamá transpareceu um lugar com muitos mais contrastes do que Havana, que leva essa fama. A modernidade dos rascacielos com a vanguarda dos prédios antigos é muito escancarada. As próprias ruínas de Panamá Viejo ficam hoje próximas a uma veloz autopista e entre prédios gigantes.

Lado a lado, carros modernos dividem espaço com táxis às vezes caindo aos pedaços e motocicletas transformadas em carrocinhas de cachorro quente e outros quitutes. Tudo normal, com o contraste sendo quase algo da própria cultura da Cidade do Panamá, uma capital bastante cosmopolita.

A escutar
Mesmo dominando o espanhol com uma boa fluência, achei o sotaque panamenho um tanto complicado, bem mais que o de uruguaios, argentinos e colombianos. Como uma carta na manga, é bom saber um pouco de inglês Ou vice-versa, afinal eles convivem com os dois idiomas diariamente.

Já quando se coloca em alguma rádio, o ritmo frequente não seria outro que não ela, a salsa.

Rápidas panamenhas, parte 3

Estou na Cidade do Panamá e quero dar uma volta, como faço? Abaixo, algumas tentativas de respostas

Táxi
Bem, como disse no post anterior, os motoristas panamenhos não são exemplo de bons condutores, ao menos quando comparados com os brasileiros. Os taxistas não fogem à regra. Cinto de segurança, por exemplo, é algo opcional para os passageiros e mesmo para eles próprios. Os carros, muitas vezes, estão em parte quebrados ou necessitando de uma visitinha na oficina.

É normal, também, o taxista parar para pegar mais alguém no caminho. A prioridade, contudo, é de quem chegou primeiro. Não há taxímetros, então o preço é combinado no começo da corrida. Obviamente, o taxista vai cobrar um preço maior, mas a negociação é possível: pechinche, que vale a pena. Via de regra, eles são baratos e 5 dólares são suficientes para rodar bastante.

Ônibus
Pareceu-me muito confuso o sistema de ônibus da capital. Apesar dos veículos serem modernos, o indicativo das linhas quase não aparece, o que me desencorajou a subir num. A superlotação, tanto nas paradas quanto dentro dos coletivos, dos horários de pico colabora para desanimar aventureiros.

As linhas principais são operadas pela metro bus, mas há os paralelos, que têm a desconvidativa nominata de Diablos Rojos. Esses veículos são antigos ônibus escolares norte-americanos que passaram por um duvidoso tunning ao bel prazer dos motoristas, de gosto mais duvidoso ainda.

A pé
Tirando o perigo de se atravessar uma rua na área central da Cidade do Panamá — em função dos apressados motoristas, que não são de dar muita bola para faixas de segurança — caminhar pelas ruas pode ser um bom passeio. Se a caminhada for mais longa, é bom levar, além da câmera, uma toalhinha e uma garrafa de água, porque é calor e úmido no Panamá o ano inteiro.

De barco
O passeio de barco que quis fazer, mas me perdi no horário era rumo à Isla Taboga. Lá, pelo que li, é bom reservar um dia. Existem pousadas e hotéis para isso, apenas os horários dos barcos não é lá grande coisa: duas viagens por dia, somente. Às 8h30 e às 15h, partindo de um píer em Amador Cosway.

Rápidas panamenhas, parte 2

O céu arranhado…
Grande parte do motivo de a Cidade do Panamá ter-me feito sentir um caipira lá na chegada foi elevadíssimo número de prédios (muito, muito) grandes, os rascacielos. Alguns com arquitetura moderna outros apenas gigantes de 200 metros mesmo. Passam um portentoso ar de metrópole à cidade que, oficialmente, tem cerca de 500 mil habitantes.

Um que mais me chamou a atenção foi o chamado Revolution Tower (#americanfeelings). Trata-se de uma torre comercial de 47 andares, a maioria deles construídos em forma de espiral. Mais ou menos perto, há o hotel Trump, semelhante ao famoso hotel na beira da praia de Dubai, o que me leva a achar que, realmente, a Cidade do Panamá é mais parecida com a árabe do que com Miami. Uma “Dubai das Américas” que já falamos.

Outro gigante da região de Marbella, onde me hospedei, é o Hard Rock Hotel, junto ao shopping Multicentro. De gaiato visitei o lugar e, pela primeira vez na minha vida, apertei o botão 62 em um elevador — que chegou até lá, sem escalas, em cerca de um minuto. Em Marbella fica a região bancária, com muitas e muitas sedes das instituições financeiras. Cada (ab)usando da arquitetura para chamar mais atenção.

…e o chão batido
A Cidade do Panamá, porém, não se resume aos arranhas-céus de sua região central. Na área mais tradicional, Casco Antiguo, somente pequeninas e antigas construções. E muito chão batido, por causa das obras de revitalização que estão fazendo por lá. Alguma parte já passou pela reforma, o que dá uma mostra legal de como ficará quando tudo estiver concluído.

Pelas ruas de Casco Antiguo — bairro patrimônio histórico — pode-se comprar muito artesanato, entre os quais o famoso chapéu Panamá, que, sem pechincha, sai a pelo menos 20 dólares. Chorando, um que outro vendedor faz um descontinho, mas nada demais. De lá, também é possível fazer algumas bonitas fotos em meio aos edifícios antigos, que contrastam, no horizonte, com os rascacielos. Para percorrer as ruazinhas de Casco Antiguo leva-se mais ou menos duas horas, isso demoradamente e sem pressa para tirar fotos.

Também mais plano que a região bancária ficam as ruínas de Panamá La Vieja, onde era a Cidade do Panamá. É um tanto mais afastado, para os lados do aeroporto internacional de Tocumen. Perguntei a um taxista se valia a pena ir lá. Ele, num ato de sinceridade, me respondeu: “Ah, lá só tem ruína”.

O trânsito parado…
Andar de carro pela cidade não é tarefa das mais simples. E requer paciência. Os panamenhos não são o que se pode qualificar de bons motoristas e, apesar de algumas avenidas serem bem largas, é mais que comum ver congestionamentos ao som de incansáveis e impacientes buzinas.

…e a rota livre
No entanto, em Cosway Amador, uma área portuária que liga a três ilhas numa região um pouco mais afastada do centro, se vê poucos carros, ao menos pela manhã quando passei por lá. Infelizmente, perdi o horário de um passeio de barco que faria e compensei alugando uma bicicleta, a não tão baratos 3.75 dólares a hora. Em 60 minutos fui e voltei na ponte interamericana, que é um dos cartões-postais da cidade e a entrada (ou saída) do Canal. Por essa ponte que passam aqueles que atravessam a América por terra.

El Dorado de Latinoamerica

O nome do aeroporto internacional de Bogotá ser “El Dorado” já indica que por essas bandas devem haver muitos metais preciosos. E há, ou pelo menos havia.

Um dos pontos obrigatórios de quem passa por Bogotá é o Museo del Oro, cuja entrada custa 3 mil pesos. Ao longo dos quatro andares da exposição permanente foi inevitável recordar do livro que me acompanhou na viagem: “As veias abertas da América Latina”, do Eduardo Galeano. Em suma, a primeira parte da obra pode ser assim: “Tua riqueza será o motivo da tua pobreza”, referindo-se à exploração dessas terras séculos atrás. O texto narra os períodos de exploração pelo qual passaram os países latinos na época da colonização. Um longo trecho se dedica ao ouro e a prata, que um dia foram bem abundantes aqui.

Pois no museu há tantas e variadas peças douradas que me fez refletir sobre como nós, latinos, nos conhecemos pouco. Em meu tempo escolar, por exemplo vi muito sobre a Idade Média na Europa e pouco ou quase nada da minha região antes do desembarque de Cristóvão Colombo. Acho que ilustra como a história foi narrada pelos conquistadores — os mesmos que dizimaram boa parte dos nativos.


Nessa mesma manhã rodei pelo centro de Bogotá e acabei por entrar no museu de Santa Clara. Lá funcionou um convento séculos atrás. Apesar de bem menor que o museu do ouro, a quantidade proporcional de ouro impressiona bastante. Dias depois, circulando por Casco Antiguo, já no Panamá, dei de cara com o suntuoso altar de ouro da Iglesia de San José, uma igreja que, vista de fora, não se esperaria muitos requintes.

Se tanta riqueza havia, por que há tanta desigualdade no nosso continente? Poderíamos começar a entender se nos estudássemos melhor.

Rescaldos aeroportuários…

…ou: sem nada pra fazer em meio à uma conexão de cinco horas na madrugada paulistana

Antes de qualquer coisa confesso: toda, mas TODA a minha admiração aos que têm sono fácil em viagens, seja lá como ela for, mas em especial aos que dormem em aviões. Queria ter esse dom de vocês. Já que não tenho, mando um abraço ao cara que pensou em nós, insones, e inventou jogos e passatempos que estão instalados em alguns aviões da Avianca, por exemplo. O de futebol é muito tosco, mas faz passar o tempo que é uma beleza.

Aproveitando o espaço, comento que ainda falta muita tomada e conexão wifi gratuita nos três (quatro, contando com Porto Alegre) aeroportos dessa viagem que se encerrou nesta segunda-feira. A única que funcionou foi em Guarulhos, ainda assim só depois de uma pequena burocracia de cadastro. Tanto em El Dorado (Bogotá) quanto em Tocumen (Panamá) os dispositivos só avisaram de conexões liberadas. Conectados, não conseguiram navegar.

Colombianos nos acham sujos?
Pois é, a gente toma banho pra ir viajar bem bonito e cheiroso, mas assim que a aeronave fecha rumo à Bogotá, a aeromoça passa um spray por todo o avião enquanto avisa que a Colômbia pede para detetizar o veículo e que o tal produto é autorizado pelo Ministério da Saúde do Brasil. Tal cena não é nem próxima de ser repetida quando a linha é Bogotá-Panamá-Bogotá.

Falando em Panamá, oficialmente ainda estou lá, ainda que já tenha entrado e saído da Colômbia e que escreva esse texto em meio à madrugada em São Paulo. As autoridades do país caribenho ou esqueceram ou não quiseram carimbar o meu passaporte na saída. Pior que só fui me dar conta quanto já estava no ar.

$$$
Turismo de compras realmente não é muito a minha, mas não pude deixar de reparar que os free shops do Panamá oferecem melhores preços comparados com Bogotá e São Paulo. Fora do aeroporto a oferta é boa também.

Pão de queijo
Era meio de madrugada quando cheguei a São Paulo e já catei o primeiro café para pedir “guaraná, pão de queijo e ouro branco”. Como o refrigerante estava quente, só adquiri os dois últimos. Ao receber, instintivamente falei um sorridente “Gracias”.

Só isso?
Não. Ainda tem bastante coisa sobre Bogotá e Cidade do Panamá pra entrar no blog. Nos próximos dias já estará no ar. =)

Rápidas panamenhas, parte 1

A quase América Panamá
Ainda que tenham comemorado — e muito — a “conquista” do canal há 12 anos, tornando-se os donos de fato do seu próprio território, o Panamá não deixou tão de lado assim os Estados Unidos. Os “ianques” estão presentes, e muito, neste país da América Central.

A começar pelo dólar, aceito como moeda local aqui. Aliás, a balboa, que é a divisa oficial panamenha, só existe em moedas e não em cédulas. Aí torna-se comum ao pagar alguma conta receber o troco tanto em dólar quanto em balboa. E haja cabeça para não se confundir com tanta moeda.

Apesar do idioma oficial ser o espanhol, praticamente todo mundo da capital  fala bem o inglês. Num restaurante em que fui, por exemplo, o nome do prato estava em inglês e a descrição, em espanhol. That’s la vida here.

Não conheço os Estados Unidos pessoalmente, porém li muita gente comparando a Cidade do Panamá a Miami. Sei não, a princípio simpatizei mais com a comparação com Dubai. O motivo? Explico no próximo post.

Panamundi
Mas não só norte-americano que tem aos montes por aqui. Até por ser um ponto estratégico na geografia, o Panamá tem um ar demasiado cosmopolita. Na noite desta sexta, comprei para mim duas garrafas da cerveja “100% cubana” Bucanero, a melhor da ilha, já recomendada neste blog quatro anos atrás, quando da nossa volta por lá.

A globalização exagerada, contudo, gera cenas esquisitas, como numa loja de  souvenir. Gostei de um copinho, que tinha um desenho do Panamá, mas reparei no adesivo não retirado da parte de baixo: “Made in China”. Os próprios chapéus Panamá são produzidos no Equador.

Real x Barça, um clássico. Do Panamá
Cheguei no Panamá na quarta, bem no final da decisão da Supercopa da Espanha. Normal o jogo entre Real Madrid e Barcelona passar por aqui. Mas o que impressiona é a quantidade de torcedores locais que os dois clubes do outro lado do oceano têm nestas bandas. É adesivo, bandeira, caneca, camiseta e Messi (esse sim com maior vantagem sobre Cristiano Ronaldo) pra todo lado. Muito, mas muito mais que os times locais, os quais só fui descobrir quais eram quando visitei uma loja de esportes. Claro, tinham menos destaques que os grandes europeus.

Um país bem ligado ao seu canal

Canal do Panamá
Menina dos olhos do governo local e símbolo de uma modernidade até então sem igual, o Canal do Panamá é uma parada obrigatória aos turistas do país. Não que seja de uma beleza ímpar ou algo que o valha, mas conhecê-lo é uma experiência bacana. Ainda mais se você puder acompanhar ao vivo o processo de funcionamento dele — o que não é raro, porque passam quase 40 navios por dia por ali, de manhã no sentido Atlântico e, à tarde, na rota contrária.

Explicando rapidamente o canal faz o seguinte: por meio de três esclusas, o navio é elevado a 26 metros do nível do mar: duas vezes oito metros e uma, a dez. Nessa altura, a embarcação navega por um lago, parte dele artificial, quando retorna ao nível certo novamente por esclusas e chega ao outro oceano. Essa viagem tem cerca de 80 quilômetros e dura mais ou menos oito horas, segundo os responsáveis.

No que dá para acompanhar dos mirantes instalados na estação de Miraflores (a da capital), vi um navio de bandeira asiática ir em direção ao Atlântico. Leva cerca de dez, 15 minutos para ele ser elevado e as comportas se abrirem. É legal, principalmente pra quem curte navegação.

Mas não apenas navios que se vê em Miraflores. Pagando 8 dólares (3 a mais que ompreço do ingresso básico) o turista pode conhecer o museu de lá e assistir a um vídeo (em espanhol ou inglês) da história do canal, tratado de maneira ufanista pelos panamenhos.

Canal y la plata
Tal ufanismo se justifica fácil: apesar de estar prestes a completar 100 anos — o que vai acontecer em 2014, o canal está sob controle do Panamá há apenas 12. Antes, era controlado pelos Estados Unidos, que financiaram e tocaram a obra lá atrás. Só de 31 de dezembro de 1999 pra cá, o canal é, de fato, do Panamá.

A nova direção, então, resolveu ganhar dinheiro com o canal. Estipulou novos preços e estabeleceu critérios de cobrança. Em 2006, um referendo aprovou a ampliação do canal, cujas obras já começaram e devem estar prontas para o centenário. Logo, vem mais plata por aí.

O Canal e a história
A história do canal e do Panamá estão entrelaçadas. A primeira tentativa de se construir uma ligação entre os dois oceanos ocorreu com os franceses, em meados do século XIX. Não deu certo, porque a Malária e a Febre Amarela derrotaram os trabalhadores.

No início do século XX, os EUA entraram na jogada e se propuseram construir. A Colômbia, de quem o Panamá fazia parte, não aceitou. Momento que acabou por propiciar a independência local, proclamada em 3 de novembro de 1903 — 15 dias depois o acordo para a obra foi assinado.

Engraçado é que os panamenhos contam por aí que estavam ligados à Colômbia “voluntariamente”, porém mantêm com status histórico em Casco Viejo o local de onde os canhões que garantiram a segunda independência. Há algo não tão divulgado, talvez.

Ah, moderninho que é, o canal tem Twitter, página oficial no Facebook e até perfil no Instagram.

Rápidas colombianas, parte 3

Números
Jornalistas não costumam se dar bem com números. Não sou exceção à regra, e o peso colombiano me faz questão de lembrar. Numa casa de câmbio em Lá Candelária troquei 50 dólares por 89,500 pesos colombianos — no aeroporto a mesma quantia de american little greens me rendeu 86 mil pesos locais. A diferença até que não chega a ser graaande, mas é um trocado suficiente pra ir e voltar de ônibus ou enganar o estômago pela rua. O cara do câmbio do centro me contou que R$ 1 vale 800 pesos. Mas, em meio ao dia a dia, achei melhor arredondar a conta pra 1 mil mesmo. Tomara que a conta não me saia alta…

Outro assunto envolvendo números, Brasil e Colômbia é o fuso horário. A diferença de Brasília e Bogotá são duas horas a menos. Como na primeira noite estava pra lá de cansado, dormi cedo. E despertei às 4h40 locais. Mas no segundo dia, a adaptação foi mais tranquila. Dormi mais tarde e só levantei às 7h locais.

Sequer havia trocado o horário do meu celular, mas acabei me confundindo na quarta, dia de pegar o vôo pro Panamá e cheguei ao aeroporto com longuíssimas quatro horas de antecedência.

Cervejas
Em 36 horas, deu pra provar três cervejas diferentes: Poker, Aguila e BBC (Bogotá Beer Company). Todas na média, sem se ser ruim ou se destacar a ponto de fazer a mulher ao lado se tornar maravilhosa. Aliás, as Bogotá as ( ou bogotenses?) têm sua beleza. Menos que as misses do país vizinho, ainda que algumas consigam ser encantadoras para quem, diferente de mim, é solteiro por aí (beijo, amor!).

El Botánico
Em meio à caminhada a esmo pelo centro, na terça, acabei por parar em um restaurante chamado “El Botánico”, na calle 5, pra almoçar. Não recordo de ter sido tão bem tratado por tão pouco preço — a conta de um prato, uma água e um café não chegou a 34 mil pesos. O lugar funciona onde antigamente era a casa do médico pessoal do Simon Bolívar e os atuais donos garantem que se esforçam para manter a arquitetura original.

Oh, Panamá
Já vós escrevo do Panamá, onde cheguei à tarde. Na América Central, me hospedo na capital. E, depois de uma primeira caminhada por aqui ainda não consegui encontrar a melhor definição pro impacto que é. Mas é algo como a primeira vez de um caipira na cidade grande, só que elevado talvez à 60a potência, pra fazer uma relação com a altura dos prédios daqui. Sei que disse “uau” algumas várias vezes.