Não foi a Copa do Neymar – tampouco, já que vivemos ainda num país polarizado – a do Richarlison. Foi a de Messi, claro. Mas sem sombra de dúvidas também foi a da Ana, da Karine, da Renata, da Carol, da Natália e de tantas outras jornalistas que nos acostumamos a acompanhar pela TV direto daquele pequeno país do Oriente Médio.
Aliás, frise-se, que momento. A conquista da participação efetiva na transmissão da Copa ao Brasil pelas mulheres veio a acontecer justamente em um desses recantos de mundo inóspitos às mulheres, onde ser e estar mulher é um desafio permanente, não raro perigoso. E desde o Catar, elas reportaram, comentaram e narraram ao vivo para todo o Brasil, esse país onde há mais mulheres do que homens, ainda que, até então, só marmanjos que falavam durante as Copas.
Eu tenho praticamente 37 anos, quase 14 de jornalismo profissional. Participei da cobertura in loco de uma Copa do Mundo – com muito menos mulheres falando de futebol – e uma filha de três anos. Ela até viu uns jogos no Catar, sem entender ou dar muita bola. Acho que vai começar a acompanhar mesmo os Mundiais a partir de 2026, isso se ela quiser.
Não sei como vai ser o futuro, qual seleção vai chegar melhor, muito menos a tecnologia que será dominante. Certo é que, para ela, sempre vão haver mulheres lá, porque as transmissões das Copas do Mundo puramente masculinas estão fadadas a não mais que o passado.
*trecho de artigo ainda a ser publicado