A Copa delas

Não foi a Copa do Neymar – tampouco, já que vivemos ainda num país polarizado – a do Richarlison. Foi a de Messi, claro. Mas sem sombra de dúvidas também foi a da Ana, da Karine, da Renata, da Carol, da Natália e de tantas outras jornalistas que nos acostumamos a acompanhar pela TV direto daquele pequeno país do Oriente Médio.

Aliás, frise-se, que momento. A conquista da participação efetiva na transmissão da Copa ao Brasil pelas mulheres veio a acontecer justamente em um desses recantos de mundo inóspitos às mulheres, onde ser e estar mulher é um desafio permanente, não raro perigoso. E desde o Catar, elas reportaram, comentaram e narraram ao vivo para todo o Brasil, esse país onde há mais mulheres do que homens, ainda que, até então, só marmanjos que falavam durante as Copas.

Eu tenho praticamente 37 anos, quase 14 de jornalismo profissional. Participei da cobertura in loco de uma Copa do Mundo – com muito menos mulheres falando de futebol – e uma filha de três anos. Ela até viu uns jogos no Catar, sem entender ou dar muita bola. Acho que vai começar a acompanhar mesmo os Mundiais a partir de 2026, isso se ela quiser.

Não sei como vai ser o futuro, qual seleção vai chegar melhor, muito menos a tecnologia que será dominante. Certo é que, para ela, sempre vão haver mulheres lá, porque as transmissões das Copas do Mundo puramente masculinas estão fadadas a não mais que o passado.

*trecho de artigo ainda a ser publicado

Pílulas pandêmicas: o gol

Jogo qualquer da Premier League, temporada 2025/26. Wason Shak decidiu o jogo e decretou a vitória apertada do Liverpool por 1 a 0. Terminada a partida, Anfield vibrava como nas grandes comemorações. Clima de festa, celebração em um estádio sempre abarrotado, faça chuva ou faça sol.

E então aí despertou em mim aquele sentimento definido por uma palavra muito utilizada desde março de 2020: gatilho. Bateu saudade de um estádio abarrotado de gentes dos mais variados tipos, unidos ali por um sentimento comum. Desconhecidos em êxtase como se fossem irmãos.

Lembrei em meio a essa avalanche da última vez que pisei no estádio do meu time, poucos dias antes deste clima de medo se instalar por completo. Já era o fatídico março de 2020 e a partida foi de Libertadores, às vésperas do tão esperado primeiro Gre-Nal da competição – que, com mais de 50 mil pessoas presentes, marcou o que ainda é o último jogo com público em Porto Alegre.

Desde então, já tem um ano dessa montanha russa que oscila entre esperança e desespero. Às vezes o fim do túnel parece mais perto, afinal já é pós-pandemia na Austrália. Mas às vezes, parece que não têm fim, essas “duas semanas mais críticas” que teimam em sempre se avizinhar.

Gatilho, saudade, a falta da minha cidade, dos meus lugares e de uma época relativamente normal. Superados esses instantes de reflexão ainda olhava o Anfield virtual do Fifa 2021 no videogame com o inevitável questionamento “quando será que voltaremos?”, inevitavelmente seguido por outro: “Como será que voltaremos?”

Mesmo apaixonado por futebol, terá eu tão breve a coragem de abraçar um desconhecido – qualquer desconhecido – para gritar gol?

Quando estive perto de D10S

Eu ainda estava nos meus primeiros dias da primeira vez que fui a Buenos Aires. Turista jovem e fã de futebol, acabei em uma partida do Boca, em uma tarde ensolarada de dezembro. Não era qualquer partida e sim uma possível definição de título argentino.

Foi quando estive mais perto de Deus.

Se não o mais famoso e divino, certamente um dos mais idolatrados naquele canto de mundo, que eu aprendia a amar. Era Diego Armando Maradona lá, el D10S para muitos que ali, tanto os que vestiam azul e ouro, como outros tantos que gostam de outras cores na jaqueta.

Naquela época, Maradona recém havia assumido a seleção da Argentina. Comandaria uma das maiores paixões daquele povo. Mas naquele momento não era treinador ou dirigente. Era torcedor. A Bombonera estava lotada e pulsava, numa atmosfera incrível.

Antes da bola rolar, quando a câmera que captava imagens para o telão encontrou Maradona em seu camarote, houve o êxtase. “Marado, Marado”, gritavam. Devotavam aqueles milhares.

Foi inesquecível ver Diego. Mesmo de longe. Aquela cena me ensinou muito sobre o ser argentino. ¡Gracias y que en paz descanse!

Numa homenagem a Maradona, o Direto ao Ponto desta quarta foi sobre ele:

Não é hora de gritar gol

Foto: Ricardo Duarte / Inter

Calhou a mim substituir a editora-chefe do Matinal, Marcela Donini, em sua carta da editora na edição desta sexta-feira. Acho que acabou sendo o primeiro texto opinativo que publiquei profissionalmente. Vale o registro por aqui também.

Foi um editorial, mas também um desabafo pessoal. Essa cobertura, e essa situação toda, exige muito do psicológico. Especialmente agora em que aparentemente o Rio Grande do Sul está prestes a ver o pior da pandemia. Justo agora, a pressão pelo futebol vence, e teremos um Gre-Nal no próximo dia 23.

Não teve como não lamentar ao escrevê-lo: putz, estamos indo no caminho errado.

A propósito, este editorial foi escrito no dia em que o RS bateu recorde de registro de vítimas de Covid-19 em 24 horas. Esse recorde já foi renovado nesta sexta. E, nesta sexta, o governo classifica 15 das 20 macrorregiões do Estado como áreas de alto risco de contaminação. Deveria ter incluído um “definitivamente” no título da carta.

Não é hora de gritar gol

Cada um sabe onde aperta mais a sua saudade de quando a gente vivia sem se preocupar com um vilão microscópico. Pessoalmente, sinto muita falta do futebol. Há anos que frequento estádios e, entre alegrias e frustrações, uso a arquibancada como um momento de catarse de emoções da vida, xingando juízes alheios, declarando amor a meias habilidosos e abraçando qualquer desconhecido para festejar um gol.

E por isso hoje estou atônito. O fato de amar o futebol e ter uma enorme saudade dessas tardes e noites no estádio não me torna alheio ao que estamos cobrindo e vivendo há quatro meses. Não há troféu que amenize essa agonia coletiva. O momento – asseguro como quem acompanha a evolução de casos desde o começo – é o mais grave para nós até aqui.

Ainda nesta semana escrevemos que a ameaça de colapso no sistema de saúde é, além de real, uma tendência caso as medidas mais severas de distanciamento social não surjam efeito. Enquanto escrevo este texto, na noite de quinta, 188 pessoas lutam pela vida em leitos de UTI só em Porto Alegre.

Não é hora de gritar gol!

Quase três meses atrás, neste mesmo espaço, a nossa colega Marcela Donini escreveu uma carta comentando sobre as flexibilizações que recém haviam sido anunciadas. Era fim de abril e o clima era de relativa tranquilidade. A situação não está melhor agora. Ela encerrou com uma pergunta ao governador: “Não é cedo demais?”

Agora, vou quase fazer minhas as palavras dela para concluir sobre o retorno do futebol, mas me permitirei trocar a interrogação por uma exclamação: governador, é cedo demais!

Um recorte para se guardar

argentina x catar

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

Porto Alegre, pouco depois da 18h de 23 de junho de 2019. Na saída de jogo da Arena do Grêmio, aglomeram-se no mesmo T2 e muitas vezes lado a lado: gremistas e colorados; brasileiros e argentinos; homens e mulheres; brancos e negros; gente que descerá perto do Bela Vista e gente que descerá perto da Conceição.

No ônibus, o clima é um misto de predominante satisfação com a vitória e classificação da Argentina de Lionel Messi sobre o Catar na Copa América com o breu do início de noite de domingo que se anuncia da janela.

Mas ainda há espaço para mais futebol. E, pouco a pouco, conforme a conexão vai permitindo, descobre-se que tem Brasil em campo. Em Copa do Mundo, por sinal. A prorrogação atesta que, no mínimo, a seleção feminina venderá caro a derrota para a favorita França.

Atualizam-se aplicativos em busca de informações, alguém ouvindo rádio chega a dizer que foi gol do Brasil, causando burburinho no fundo do coletivo. Não se confirma. Outro mais sortudo tem ali algum alternativa que lhe permite assistir à partida em meio ao ônibus lotado. E, ao contrário de outros horários e momentos na mesma cidade, indiferente aos índices de violência.

O ônibus vai andando, as pessoas vão descendo e voltando às suas vidas. Talvez com a certeza que tive quando cheguei à minha parada: o futebol é muito mais legal quando todo mundo está junto, independente de cores e credos.

Vira-casaca

E lá veio o cruzamento. Uma bola alta. Alto, aliás, era algo que ele nunca havia sido. Mas isso, àquela hora, tornara-se irrelevante. Tinha, sim, é que saber o que fazer. Quando fazer.

Naqueles microssegundos ainda seria possível alguma tomada de decisão. E numa fração de instante conseguiu corrigir a rota, logo após terminar alguma equação entre força e direção. Futebol, veja só, também leva muito da matemática consigo.

Um passo amansado para reduzir a velocidade e tudo para cima. Ao alto!

Chegara, reconheceu depois, de forma um tanto surpreendente lá em cima. Deixou para baixo cervejas e os quilos a mais, além da preguiça procrastinadora dos exercícios físicos.

A bola tocou a testa e foi-se. Direto no contrapé daquele seu ex-irmão de posição. Ainda no ar deu tempo de vê-lo esticar-se, de voar a vã esperança em direção ao ângulo direito. Não é todo mundo que manda uma bola lá, afinal. Gol!

Retornou ao solo e deu-se conta então que havia trocado de lado. Virou as costas à camisa 1 e correu. Se antes ia a campo para estragar a festa alheia, viveu por míseros segundos uma comemoração de Maracanã lotado, ainda que estivesse apenas em uma quadra qualquer disputando uma pelada de domingo.

Pitacos da Copa – Comemora, Le Pen!

Franca

Marine Le Pen, esta Copa do Mundo é pra você. Pra você e para todos os franceses. Comemore Le Pen, festeje com todos os seus compatriotas – incluindo aqui aqueles cujos antepassados chegaram da África, assim como todos aqueles que optaram por seguir Alá e não Jeová ou por não seguir ninguém. A Copa do Mundo é de todos vocês, sem exceção.

Queria ter visto meu Brasil, do mulato Neymar, do negro William e do goleiro com ascendência alemã, Alisson, ficar com a taça. Mas dessa vez não deu. Ao que parece, a França do futebol – tal qual o Brasil fizera décadas atrás – percebeu as benesses da miscigenação dentro de campo. A cancha coloca a todos na horizontal. Pouco importa nome de família ou ascendência. Cor, preferências, religião são assuntos da porta do vestiário para fora.

Talvez por não ter um estereótipo perfeito ou uma fórmula mágica predominante, o futebol seja tão apaixonante. E é assim porque é democrático. O mais democrático dos esportes, certamente, o qual todos que entram em campo sabem que podem ganhar, seja com mais ou menos dificuldades. Não importa se tenham vindo da Coreia do Sul ou dos rincões da África, das quentes cidades panamenhas ou das frias islandesas. A chance existe. Sempre.

Agora, ser campeão mundial é mais complicado, reconheçamos. E aí, se for reparar, uma misturinha sempre cai bem. Do cara mais sério com o mais descontraído, do crente com o baladeiro, do que veio de longe e daquele que sempre esteve aqui. Não existe fórmula mágica, mas um time campeão normalmente conta com esses elementos. Juntos. O futebol campeão dá as boas vindas à mistura. Até porque já tentaram provar que uma raça seria superior a outra e não deu certo. Convenhamos.

Festeje, Le Pen. Comemore sem preconceito algum ao lado dos franceses de todas as querências. A seleção de vocês fez por merecer. Allez les bleus!

ps: faço a minha mea-culpa também. Admito que no início da Copa eu olhava a França mais como uma seleção importada do que uma equipe nacional. Burrice. Ainda bem que a internet está aí também para nos fornecer conhecimento e não apenas nos manter dentro de bolhas polêmicas. Faço também questão de compartilhar este tuíte, do jornalista Andrei Netto, que mora há anos na França:

Pitacos da Copa – Sudamerica entre o peso da camisa e o otimismo ressabiado

Cavani

Os três sul-americanos campeões do mundo chegaram às oitavas de final da Copa, mas por vias um pouco diferentes. Apesar de algumas doses de sofrimento, os três chegaram lá e mantêm vivo la ilusión de trazer a Copa para este lado do planeta depois de 2016.

Nos meandros místicos do futebol, as três classificações contaram com características bem diferentes. A começar pelo Uruguai. Como em Copa do Mundo, em tudo pode se duvidar e acreditar, os da banda oriental poderiam simplesmente ter o que festejar. Em três jogos, ganharam três e sequer levaram gol, no que foi a melhor primeira fase de uma seleção uruguaia em Copas do Mundo.

Ainda que não apresentasse um futebol vistoso, tiveram resultado, culminando numa goleada sobre a então badalada dona da casa. Só que os mesmos números podem jogar contra se forem considerados como estatísticas. Desde 1970, nenhum outro campeão – além do Brasil (70 e 2002) – foi campeão chegando 100% à segunda fase. Ainda assim, sequer o Brasil passou esses três jogos sem ser vazado.

Uruguaios, portanto, chegam às oitavas de final com um otimismo contido.

Messi

No dia seguinte aos uruguaios, os vizinhos do Rio da Prata tiveram sua primeira final. Novamente contra a Nigéria, essa velha conhecida portenha nos Mundiais. Novamente reencontrou a vitória, contando com ninguém menos com um dos maiores jogadores do século vestindo a pesada camisa argentina.

Não sem sofrimento. Não sem muita raça, que é o mínimo que se espera de uma boa equipe argentina. Deixaram eles chegar, numa verdadeira ode ao futebol antigo, porque, como disse um amigo meu, “não existe ateu depois dos 40 minutos do segundo tempo”. E, acima de tudo, existem los d10ses – inclusive na torcida.

Renascida, ninguém mais duvida que a Argentina pode ir longe.

Ney

Se a camisa da Argentina pesa, o que dizer da do Brasil? Diante de um adversário cujas características quase não permitiam declarar abertamente o favoritismo, a Seleção Brasileira fez o que sabe fazer de melhor: jogou bola. E na bola não tem altura de sérvio algum que bata o Brasil.

Assim como o Uruguai, a equipe de Tite deu mostras que cresceu, jogo a jogo. É forte no coletivo e tem destaques individuais. Ainda que carregue o pesado fardo da Copa passada, dá mostras de que tem chance, sim, de costurar mais uma estrela verde em sua camisa amarela dentro de três semanas.

Claro, o futebol sul-americano teve a baixa do Peru, que, se não se classificou, ao menos voltou a participar da festa da Copa depois de 36 anos. Já a Colômbia põe a prova sua seleção jogando pela vida diante do Senegal, num confronto que qualquer fã das entidades místicas do futebol aguarda por pelo menos quatro gols. De cada lado, se não for pedir muito.

Pitacos da Copa – Argentina

Messi

Foi nas ruas de San Telmo, em Buenos Aires, que pela primeira vez tive uma forte sensação de pensar: “Eu moraria aqui”, estando bem longe de casa. A verdade é que a Argentina me ganhou em questão de poucas horas antes do primeiro entardecer, naquele dezembro de 2008.

Quase dez anos depois, me peguei explicando para uma baiana porque o gaúcho acabava por ter mais afinidades com argentinos e uruguaios do que com brasileiros. Ela estranhou, mas acho que no fim entendeu. Ainda que concordássemos que muitas vezes o gaúcho brasileiro confunde seu patriotismo regional com um quê xenófobo, especialmente com o Nordeste. Isso, porém, é papo para outro post.

Em dez anos voltei à Argentina outras três vezes e, confesso, já estou com uma saudade grande de respirar o ar porteño. E sigo com a mesma impressão de que viveria feliz em algum canto de Buenos Aires.

Essa afinidade natural me faz sempre estranhar a campanha brasileira contra a Argentina no futebol. “Somos rivais”, defendem eles (os brasileiros), que, por meio da mídia jornalística e publicitária, não se furtam da piadinha, da secação gratuita, fomentando essa rivalidade, que sequer é recíproca.

Contudo, de tão repetida, a rixa acaba pegando. Ao percorrer a cidade durante a goleada da Croácia sobre a Argentina nesta Copa do Mundo, vi uns quantos – os quais não duvido que adorem criticar a CBF e o futebol brasileiro – vibrando com os gols europeus. Felizes ao ver o vizinho se aproximar do fiasco da eliminação precoce.

Só pude lamentar. Duplamente. Já ganhei duas Copas do Mundo como torcedor e sei como é bom ver aquela taça sendo erguida pelos meus. E poucos países encarnam tão bem o espírito do futebol como la hinchada argentina.

Que vivam dias melhores – e gloriosos – em breve.

O Brasil ainda não entendeu o carinho que recebeu da Colômbia

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Foto: Vítor Silva / SSPress / Botafogo

Depois da comoção mundial do #ForçaChape o que mais se notou no estádio Nilton Santos, o famoso Engenhão, foram as novas cores dos assentos com o distintivo e as cores do Botafogo. Ficaram à mostra devido ao baixo público no jogo entre Brasil e Colômbia que serviu para arrecadar fundos à Chapecoense.

A falta de um estádio lotado nesta situação escancara que o brasileiro não teve a percepção exata do que aconteceu em Medellín há quase dois meses. Não do acidente e sim do dia seguinte: comovidos com a tragédia, 100 mil colombianos foram o estádio Atanasio Girardot – e muitos ficaram de fora dos portões por falta de espaço nas arquibancadas – não pelo futebol, mas sim por uma incansável solidariedade.

Dentre as vítimas fatais daquela tragédia, lembre-se, não havia sequer um colombiano, e sim brasileiros, paraguaios, bolivianos e um venezuelano. Nenhum deles era alguma pessoa famosa para comover a região por si só.

A mera comparação do tamanho do público no Rio e em Medellín é injusta também. Por uma série de fatores, que vão desde a comoção do calor do momento, da proximidade com o acidente e passam também pelo valor do ingresso (o mais barato era quase 10% do salário mínimo) e do horário – na Colômbia a homenagem foi mais cedo, às 18h45.

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Em Medellín não se notou a cor dos assentos

Porém, o baixo público e até um pouco de descaso com o evento em si mostram, mais uma vez, a falta de empatia do Brasil para com seus vizinhos sul-americanos. Num exercício de reflexão, seria difícil imaginar a cena ao contrário, de uma comoção no Brasil pela morte de dezenas de colombianos em Curitiba, por exemplo.

Em regra geral, o brasileiro sempre parece estar mais atento ao que acontece nos Estados Unidos do que aqui ao seu lado. O próprio turista, se pode, prefere antes ver de perto os Alpes na Europa do que a grandeza dos Andes.

Ironicamente, a manchete de alguns sites do Brasil enquanto ocorria o jogo era sobre a possível construção do muro na fronteira dos Estados Unidos com a América Latina.

Apesar da boa ação dos presentes no Engenhão, o jogo entre Brasil e Colômbia soou como uma oportunidade perdida. Tanto de agradecer ao povo colombiano por aquele lindo e carinhoso alento num momento tão dolorido, quanto para a Chape, que desde então ganhou milhares de novos seguidores e fãs em redes sociais, mas segue precisando de uma boa grana para reerguer-se.