Um hiato de vida, do outro lado do mundo

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Das ruelas que passamos pela vida

Eram quase 22h. Eu estava, ao lado de mais umas seis ou sete pessoas, parado em um cruzamento qualquer da área central na cidade de Hamamatsu, a uns 16 mil quilômetros do canto de mundo que chamo de meu. Chove fraco, estaria meio escuro se não fosse a intensidade dos painéis publicitários de led nas lojas ao redor. Passam pouquíssimos carros na rua. Mas ainda assim todos esperam a sua vez de atravessar, pois o sinal está verde para os veículos.

Quando o sinal me libera, torno a caminhar a esmo por ruas e ruelas, cheia de lojinhas, bares e restaurantes. Nas fachadas, um idioma completamente estranho. É, sem dúvida, um brevíssimo hiato de vida. E, como Cortázar caminhando por Paris, perdi-me na certeza que iria me encontrar.

Apesar da hora já avançada, medo de assaltos ou qualquer coisa do tipo simplesmente não há nesta realidade, algo bem diferente daqui, infelizmente. Mas diferente também de países da Europa, por exemplo, onde se tem uma sensação de segurança praticamente a todo momento: no Japão não é uma sensação, e sim uma certeza.

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Noite em Hamamatsu

Ao longo da rota improvisada numa cidade nova para mim, cruzo com diversas pessoas, como jovens estudantes, caminhando distraidamente com seus celulares pelas ruas. Inclusive meninas de saias curtas, ao tradicional estilo mangá – elas com a total liberdade de andarem distraídas, bem como escreveu a Taiga em seu blog, TokyoRio.

Todos ali certamente mais preocupados com eventual e repentino terremoto do que com qualquer violência, porque ela praticamente inexiste. Até o retorno ao hotel, ainda tenho algumas surpresas e uma certeza, que o Japão, em muitas momentos, mais parece outro planeta do que apenas mais um país diferente do meu.

Um pensamento sobre “Um hiato de vida, do outro lado do mundo

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